segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Bacelar cobra posição da Assembléia contra agressão de Policiais à ialorixá em Ilhéus.



O deputado estadual João Carlos Bacelar (PTN) cobrou hoje um posicionamento da Assembléia Legislativa, sobretudo das comissões de Direitos Humanos e Segurança Pública, a de Promoção da Igualdade e a de Direitos da Mulher em relação a agressão sofrida pela líder comunitária e religiosa Bernadete de Souza, 42 anos. O deputado lembrou que no dia 26 de outubro, a ialorixá foi arrastada pelos cabelos e jogada num formigueiro e depois detida numa cela para homens.

“Ouvimos estarrecidos que policiais militares, responsáveis pela segurança da sociedade, invadiram o assentamento Dom Hélder Câmara, no distrito de Banco do Pedro, em Ilhéus e agrediram a ialorixá e líder regional dos sem terra Bernadete de Souza, 42 anos, sob o pretexto de que buscavam armas e drogas. O que se sucedeu nessa ação de policiais da 70ª Companhia Independente da Polícia Militar é de uma violência sem precedentes: uma mulher, líder comunitária e religiosa foi arrastada pelos cabelos. jogada sobre um formigueiro sob o olhar perplexo e chocado de mais de 50 famílias, entre homens, mulheres e crianças, e presa numa cela destinada a pessoas do sexo masculino durante horas. Uma ação violenta, racista, intolerante e machista, principalmente por se tratar de uma mulher negra, sacerdotisa, assentada de reforma agrária e líder comunitária”, protestou Bacelar.

De acordo com o deputado, as agressões foram cometidas contra a ialorixá porque, como cidadã, questionou a invasão de uma área de controle federal, sob controle do Incra. “Cabe ainda em pleno século 21, na Bahia de todas as raças e todas as crenças, uma agressão desta natureza? E cometida por agentes de segurança que deveriam estar preparados, inclusive, para combater a agressão à diversidade cultural e religiosa, comuns à Bahia? Onde estão as ações da reparação que deveriam ser regra no serviço público até mesmo para servir de exemplo à sociedade? Onde está a secretária de Reparação do governo do estado que não convocou no mesmo momento uma reunião da alta cúpula do governo para tomar providências contra essa agressão? Será que o governo seria leniente se o templo invadido fosse evangélico ou católico? Claro que não. Por isso não podemos nos calar diante dessa violência e esta Casa precisa se manifestar porque este é um assunto realmente muito sério e muito grave”, concluiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário