segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Pólo de Informática de Ilhéus travou diz Geddel


Quem ouve falar em Pólo de Informática de Ilhéus, imagina um conjunto de empresas de alta tecnologia operando num distrito industrial com infra-estrutura adequada à atividade. Não é nada disso. No Distrito Industrial de Ilhéus funcionam poucas empresas de informática, em meio a galpões de empresas de ônibus, ferro-velho e processadoras de cacau. A maioria das indústrias de informática está na cidade, ocupando casas ou galpões que ficaram sem utilidade comercial. A situação no Distrito Industrial é a pior possível. Mato por toda parte, gado pastando nas ruas e nos terrenos, lixo acumulado. As áreas disponíveis estão com mata virgem e abaixo do nível da rua, impossibilitando a drenagem. Não possuem rede elétrica próxima, os acessos estão em péssimo estado e a iluminação é precária. Tudo contribui para afastar novos empreendimentos em lugar de atraí-los.

Se não começarmos pela preparação da área, nunca haverá atração de empresas. Vamos requalificar a infraestrutura do Distrito Industrial com recomposição de ruas e pistas de rolamento, manutenção contínua, terraplenagem e nivelamento dos terrenos, recomposição da iluminação e da rede de água e esgoto; proporcionando lotes prontos para instalação de indústrias.

O Pólo Industrial de Ilhéus estava consolidado antes da crise de 2008, empregando cerca de 1.500 trabalhadores diretos em 77 empresas ativas. O governo que o criou em 1995 achou que a simples publicação de decreto concedendo incentivo fiscal seria suficiente para atrair empresas, mas isso, evidentemente, não aconteceu. Na realidade nunca existiu uma política industrial para o setor. Enquanto em Manaus e Minas Gerais existe infra-estrutura, apoio de financiamento e ações políticas para buscar investimentos e gerar empregos; em Ilhéus, o Pólo se criou sozinho e busca até hoje o seu destino, sem apoio do estado, que fechou os olhos para ele.

O efeito disso até 2009 foram R$ 600 milhões de prejuízo no faturamento e queda de produção de 40%, conforme dados do SINEC*. Pior de tudo: a demissão de cerca de 700 trabalhadores diretos, o que atingiu também a cadeia de pequenas empresas prestadoras de serviços de segurança, alimentação e transportes.

No meu governo vou incluir a Secretaria da Receita Federal como incentivadora no processo de melhora das condições do Pólo de Informática de Ilhéus e iniciar imediatamente a execução das obras já previstas de melhoramento do Porto.

Enormes problemas cercam as empresas que ainda operam em Ilhéus. Elas precisam de soluções imediatas para estas dificuldades e voltarem a crescer. Vamos criar cursos de formação de mão de obra para as fábricas; infraestrutura de internet banda larga; fomento à formação de cadeias produtivas integradas no Distrito Industrial e no Pólo de Informática, com a atração de mais empresas satélites. Vamos abrir linhas de financiamento e tratamento digno por parte dos órgãos estaduais, visando o aumento da importância do Pólo no contexto da indústria de informática nacional.

Vamos solucionar a grave questão aduaneira de produtos para o Pólo, seja com a instalação de Terminal de Carga Aérea Alfandegada no aeroporto ou com uma área de Zona Primária no Porto. Hoje -acreditem- equipamentos chegam a Ilhéus via Viracopos-SP ou Guararapes-PE e depois, pela estrada até o destino. Vamos acelerar o Pólo de Informática de Ilhéus e fazer com que ele seja mais um vetor de desenvolvimento para a região e para a Bahia.

*SINEC-Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos Municípios de Ilhéus e Itabuna.

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